QUADRINHAS JUNINAS
01- SÃO JOÃO
Augusta Schimidt
Lua cheia iluminando o céu
Fogueira ardendo na terra
Corações entrelaçados
Abraços apertados
No arrasta pé da paixão
Era noite de São João.
Damas vestidas de chita
Cavalheiros com chapéu na mão
A quadrilha marcava a festa
Como manda a tradição
E ao som da velha sanfona
Que não parava de tocar
Trocavam juras de amor
Esperando o sol raiar.
Campinas/SP
01/06/2005*21.30hs
www.augustaschimidt.prosaeverso.net
02- NOITE DE SÃO JOÃO
Tere Penhabe
A noite estava tão mágica
que as estrelas até sorriam
iluminando nosso coração
naquela noite de São João.
O seu olhar tão amado
atravessava a fogueira
vinha ficar ao meu lado
dando-me até tremedeira.
Quanta alegria e emoção
que se vive na meninice
o tempo amarrota tudo
sobra só o disse-me-disse.
A escuridão se perfumava
no cheiro de quentão e anizete
a paixão arfava nossos corpos
pureza pairava em nossa mente.
Felicidade faiscava em labaredas
como se fosse algo palpável
ser feliz era fácil, eram veredas
nelas iam firmes nossos passos.
Não fomos longe, é verdade
mas a alegria e a saudade
das festas de São João
nunca saíram do coração.
Santos, 01/06/2005_19:24 hs
03- RECORDANDO SÃO JOÃO
Raquel Caminha
Quanta recordação!
Eu menina de trança,
vestido rodado
bordadinho com balões.
Ficava ansiosa quando se
aproximava junho
para brincar o São João.
A fogueira queimando,
fogos pelo ar, vejo um belo
rapaz ao redor da fogueira
a me olhar.
O céu todo estrelado, a música a tocar...
samba, xote e baião,
pulamos de mãos dadas,
a recordar os anteriores São João.
Lembro daquela faísca, que bateu em
meu rosto, pulei de desgosto,
mas foi ela que fez acender,
o nosso amor até hoje.
04- FOGOS, ROJÕES, SIMPATIAS
Bernardino Matos
É festa na roça, muita alegria ao redor da fogueira,
um agradecimento sincero pela colheita conseguida,
muita comida típica, danças e festejos a noite inteira,
milho assado, pamonha, canjica, variedade de comida.
Fogos de artifícios, bombas, rojões, cerveja e cachaça ,
a sanfona choraminga, o zabumba bem forte ressoa,
o triângulo entra no ritmo,o casamento é uma graça,
simpatias as mais diversas, um grito de esperança ecoa.
Antes da meia-noite, uma faca bem amolada atravessa a bananeira,
diante do sol nascente, sem que ninguém perceba, a faca é retirada,
surgirão na lâmina as iniciais do namorado, deixando a alma faceira.
nasce, então uma esperança, de uma bela companhia na caminhada.
Numa bacia cheia de água, uma vela acesa pinga, mais uma simpatia,
pouco a pouco ou as iniciais de um nome ou de um rosto o visual,
aparecerão nítidos, nas pequenas ondas que se formam, que alegria,
estará a caminho um amor que de tão verdadeiro já é figura real.
Muitos se divertem, pulando por cima da fogueira, sem nada queimar,
outros, com meia sola de crosta nos pés, caminham sobre o braseiro,
sente-se um cheiro esquisito,de sola queimada e de um chulé de matar,
que felicidade, meu Deus, proteja esses desfavorecidos o ano inteiro.
Lá no céu São João contempla tudo e fica feliz de tanta bondade e fé,
a simplicidade do povo, o jeito simples e rude de ser feliz e de amar,
percorrerá os pontos de luzes que se fixam em frente a casinhas de sapé.
proteja esse povo solidário, torne o caminho sereno, pra vida deles melhorar.
Fortaleza, 02 de junho de 2005.
05- FESTA DE SÃO JOÃO
Ivone Zuppo
Dói lembrar!
Pipocava a fogueira
Subiam alegres balões
As saias rodadas
Flor nos cabelos
Sorriso nos lábios
Era festa de São João.
Em cada canto um casal
Beijava suas ilusões
Parecia noite milagrosa
Em que tudo podia acontecer.
O quentão cheirava gostoso
O milho verde assava na brasa
A batata doce por sobre as brasas
E o sanfoneiro Zé Cabrito
Cantava sua composição:
"Mais si ieu xóru
É pruque veju ela xorá...
ô Anáia si ieu sofru
É pruque veju ela sofrê"!
Sobe mais balão...
Traz de volta aqui e agora
Meu tempo de tanta ilusão!
Quero dançar de novo a quadrilha
Que enfeitou tantas noites alegres
Fazer todas"simpatias"
Que trazem "sorte" no amor.
"O céu está tão lindo
E a noite tão boa!!!!!!!!!!"
Sonhar é preciso...
Dói lembrar
Mas é dor bonita!
06- FESTA DUS INTÊRIÔ
Marcial Salaverry
Nóis qué convidá oceis
prum rastapé qui vai contecê
nu fim du meis...
vai de um tudo aqui tê...
tem muié bunita como quê....
também vai tê tudo di bão prá cumê...
todos vão se adeverti, cê vai vê...
tem churrasco, qui é prá mode
u bucho enchê...
e pinga da boa prá tudo nóis bebê...
adispois veim u sanfonero prá tocá...
prá mode nóis dançá...
as muié nóis pode garrá...
só num pode singraçá...
carece di respeitá...
pruque si fizé farseta...
vacilô... vai casá...
Intão tá tudu convidadu... podi si achegá...
Festa caipira num teim hora di começá...
e meno inda di cabá...
vai durando inquanto nóis guentá...
nóis gosta di vivê, di comê, di bebê, i di dançá...
vamu si achegando moçada...
qui as moça tá tudu arrupiada...
vai entrá sortera, i saí casada...
adispois, é só cuidá da fiarada..
Marciar Salaverry
07- CIRANDA DO AMOR
Luiza Helena G.Viglioni Terra
No arraiá do amor,
ciranda , cirandinha..
em volta da fogueira
meu amor estou a ver
na noite de São João.
O céu muito estrelado,
a lua a surgir,
dançando coladinho
no ritmo da sanfona
meu amor fala baixinho:
-vamos ficar, até o sol nascer
na ciranda do amor.
Belo Horizonte/MG
08- OS SANTOS POPULARES
Fatyly
Eu não me lembro, não
festejar santos na minha terra
se eram de Pedro ou João
a sardinha era só p'ra rico
o que apenas bem recordo
era o meu dançar de menina!
Nas noites quentes de luar
acendia-se uma fogueira
no areal à beira mar
namorar, dançar e pular
saudável brincadeira
mas eu não quero chorar!
Depois já bem crescida
o som foi muito diferente
bombas reais a ribombar
não podiamos sair de casa
a alegria fugiu da gente
ficou a tristeza no olhar!
Ainda hoje não consigo ouvir
o fogo de artificio e foguetes
memórias que nunca irão sair
ainda picam como alfinetes!
Em Portugal é uma tradição
festejar os santos populares
Lisboa é do António
em Sintra reina o Pedro
mas no Porto o belo João
pousa o cordeiro no chão
agarra no seu alho-porro
ou no martelinho
e toda aquela gente linda
come a sardinha fresquinha
temperada com belos olhares
trocam beijos de carinho
em nome do seu João!
02/06/2005
09- FESTA DE SANTANTONHO
Vyrena
Foi na festa de Santo Antonho
qui cunheci meu amô.
Foi só se batê os zóio
qui nóis se enamorô.
Fumo inté na procissão
pra pedi pru santo a bênção,
mais in veiz di i rezano
nóis ia se namorano.
O santo nem disconfiô
i continuô nóis ajudano.
Tanto isso é vredade
qu' inté hoje tamo se amano!
Pru isso moça sortera
a isperança num pode perdê.
Corre pra festança minina
qui tudo pode acontecê!
10- NOITE DE SÃO JOÃO
Serra
Senti, ao ver-te passar,
qual noite de São João.
Foguetes no teu olhar,
fogueira em meu coração
11- ENSAIO P'RA SÃO JOÃO
(c) Azoriana
Na Baía o São João
alegre vai a cantar
colorido é o balão
para o porto enfeitar.
Venham todos à Terceira
Embalados pelo mar
Um baile feito n'areia
E nas fogueiras saltar.
Vamos, toca a marchar
pelas ruas da cidade
Angra é amiga do mar
ao leme vem a saudade.
Vamos, toca a sorrir
pelas ruas da cidade
Brava Gente a colorir
este jardim d'amizade.
Foguetes riscam os céus
a lua beija a Marina
o reflexo vem de Deus
Encanta a nossa Rainha!
Angra bela cidade
entre festas e arraiais
ternura em qualquer idade
embeleza o nosso cais.
http://silvarosamaria.blogs.sapo.pt
12- FESTAS JUNINAS
Giovânia Correia
Tá chegando Santo Antonio,
e eu vou me animar.
Vou pedir novamente ao Santo,
para me ajudar a casar.
Ele que é o Santo Padroeiro,
Dos que vivem a buscar.
Um amor, que seja verdadeiro,
e que possa se perpetuar...
No dia 24, do meu querido São João,
vou pedir a esse Santinho.
Uma benção pro meu coração.
Pulo até fogueira, pra receber sua benção.
E no dia de São Pedro.
Também não vou me esquecer.
Espero que ele também possa ,
os meus desejos atender.
Festas Juninas são por mim muito esperadas.
Fico numa grande animação.
Danço quadrilha, como pipoca
Não deixo de beber o meu quentão.
Paçoca, pamonha e vinho quente.
Adoro essa nossa tradição.
Ao som de uma velha sanfona.
Acalento o meu coração.
Fico aqui a esperar.
Comendo um pouco de amendoim.
Espero que esse ano.
O meu bem lembre de mim...
E quando as festas juninas chegarem.
Irei até o amanhancer...
Vou pular até fogueira.
Para o meu amor me querer
13- NOITE DE SÃO JOÃO
Zuleika
Mocinha nova in flô butão
Di manhanzinha adispertô
Zóio briando feito carvão...
Era Dia de São João!
Na vila ia avê festança
Quadria, fuguete e quentão...
E prú restu das criança
Tinha pipoca, buscapé e balão...
Mais o que a mocinha queria
Era ver a sorti na bacia...
O que os pingu de vela diria
Ara!Na ispera si afligia...
Carecia vê um nome
Que São João ia mandá
Pru amô di sua vida
Já teimava in advinhá...
Ia sê o Zé da Venda
Si num fô brigava intão..,
Ia cum fé isperá São Pedro
Certeza um santu mais bão...
Zé era o galante moçu
Qui as noite da mocinha iluminava
E qui já desde novinha
Prá ele si imbelezava...
E pru modi tantu pensá
O dia passô num piscá...
Tardinha,na hora da dança
Magina!o Zé, na sorte,tornô seu par!
Só fartava São João gostá
E São Pedro num arreliá
Prá mocinha, já nas grória
Já cum casório a sonhá...
Cum Zé da Venda nu artá...
Cum a fugueira a briá
Vâmo a São João saldá!!!
Site do "Cumpadi Zé da Roça, Rosinha e Mariazinha"
(zedaroca.fateback.com/poesias_matutas.htm)
14- FESTA JUNINA
Nadir A D’Onofrio
Hoje tem festa no arraial!
Vestido de chita, todo enfeitado,
Fogueira dança e balão!
Tem noivos, padre e padrinho...
Quadrilha, pipoca e quentão...
E, lá se vai a moçada,
Tentar a sorte grande...
Quem sabe, arranje um Antonio,
Pedro ou João, p’ra realizar o casório...
Na fazenda do Bento
Até ao final de Dezembro...
Bolo de fubá, amendoim e pinhão,
Eitaa....gente... haja quentão!
Rojões explodindo,
Corre pessoal...olha o buscapé!
Nhô Zé...só alimentava a fogueira...
Nessa dança gostosa
Me encanto com o moreno
Escapamos da quadrilha
P’ra namorar escondido
Atrás do enorme Bambuzal...
Abençoado Bambuzal!
Que serviu de cortina
Acobertou nosso amor acontecer...
Agora, com essa enorme barriga
Só, esperando o Tiãozinho nascer...
Vai ser, um macho bonito!
Peão dos bons...
Pele queimada olhos, cor de avelã!
Malandro...
Parecido com o pai!
03/06/2006 9:14
Santos /SP
15- FESTAS JUNINAS
Mário Osny Rosa
Santo Antonio, São João e,
São Pedro é hora de soltar balão.
No salão dançando a quadrilha,
O caminho da roça se trilha.
Na fogueira de São João,
Assando muito pinhão.
Rapadura e amendoim,
Ainda temos quindim.
Pedindo a Santo Antonio,
O santo casamenteiro.
Todas estão confiantes,
Num casamento certeiro.
No mês das festas juninas,
É São Pedro quem anima.
Com suas benções divinas,
Aos festeiros da esquina.
São José, 3 de junho de 2005.
morja@intergate.com.br
16- ARRAIÁ DA TERE
Graça Ribeiro
Vai ter festa lá no arraiá.
A Tere mandô te cunvidá.
Vai ter contador de causos
com estórias de arrepiar.
bebida pra quentar os pulmão
gente bunita e inté namoração.
Diz,
que vai ter pão-de-queijo dos bão,
pé de muleque, canjica, quentão.
Tudo virtual pra gente cumê e bebê.
(Esse tar de virtual o que é não sei.
Deve de ser trem inventado
pela cumadi Tere)
Diz,
que a Tere cunvidô o Zé,
que chamou a Maria,
que cunvidô o João,
que chamou o Sebastião,
- aquele sanfoneiro que faz
a sanfona chorar de emoçao
e todo mundo arrastá os pé do chão..
Ocê precisa sabê:
Diz,
que inté poesia vai ter.
A Tere cunvidô todo mundo,
até uma tar de Internet
vai levar gente pra cantar,
dançar, prosear e poetar.
uai, o que ocê tá esperano, home!
Da donde é esse tar de arraiá?
Anota bem o lugar,
que é pra mode
de ocê num errá:
www.amoremversoeprosa.com
é lá que nois vai dançá
e farriá inté o sol raiá.
Varginha-MG
17- INFÂNCIA FELIZ
Paulo Fuentes
Lembro de meus tempos de criança...
Quando eu admirava o povo simples...
Todo nas noites juninas entrar na dança.
Lembro dos tempos de felicidade...
Onde o povo feliz nem ligava para vaidade...
E só o que importava era dançar livremente...
Mostrando no rosto toda a sua felicidade.
Lembro do tempo de ternura....
Que mesmo as pessoas mais humildes se uniam...
E nas mesas à beira da fogueira...
Traziam guloseimas e mostravam até certa fartura.
Lembro-me de meu tempo de infância...
E sinto saudades daqueles dias...
Em que tinha ao meu lado toda a minha família...
Que hoje infelizmente já não tenho mais.
Lembro-me da pureza dos balões...
Que no céu escuro suas luzes brilhavam...
E muito pouco incomodavam...
Mas que hoje causam grandes confusões.
Lembro-me de ter sido um dia feliz...
Mas o destino me fez crescer...
E assim fazendo tomei um novo rumo...
Que hoje sinceramente não sei dizer...
Se de fato sou feliz.
18- SANTO ANTONIO
Thereza Mattos
Ocê num está me ovindo
num vê que eu quero casá?
fica aí no altá, só rindo
enquanto os homi só qué mi bejá...
Vô botá ocê virado pra traiz
até ocê me atendê
assim de castigo ocê me faiz
esse pedido acontecê...
O Tônico inté pode sê
se ele lavá os pé
quando ele tira as butina
num guento o budum do chulé...
Tumbém pode sê o Zé
se ele pará de cuspí
masca fumo chera rapé
e inté já cuspiu em mim...
O que quero é desencalhá
e inda vô te prometê
juro que num vô falhá
se meu pidido atendê...
Thereza Mattos SP
19- "ARRAIÁ" DE SÃO JOÃO
Simone Borba Pinheiro
Os fogos anunciavam
a subida dos balões,
que o céu iluminavam
a noite de São João.
Barraquinhas de pipoca,
cachorro quente e quentão,
a moça vendendo "bitoca"
e os moços dizendo:- Que "bão"!...
Com balões e lindas bandeiras,
o "arraiá", estava enfeitado,
para as muitas brincadeiras,
sem poder ficar sentado.
No auge da festa animada,
no quintal entra a quadrilha:
À frente a noiva mimada,
com a barriga na virilha.
O noivo, o bem amado,
tremia sem parar
de medo do sogro armado,
que só fazia gritar.
O padre só gaguejava
em frente a tal situação,
e a mãe da noiva rezava
pra acabar a confusão.
Casamento realizado,
o sogro se acalmou,
o amor estava selado
e a festa continuou.
Data:22/ 05/ 2003
20- FESTA JUNINA
Diógenes Pereira de Araújo
Quero entrar nessa ciranda
pois já vi que tem quadrilha
e uma turma veneranda;
vai ser uma maravilha
A festa junina tem,
além de muito quentão,
muito doce e tem também
o calor do coração
Só não existe fofoca:
se surgir um falador
nois entope de paçoca;
só queremos bom-humor
Já vi que há gente de peso
No bom sentido, atenção!
A ninguém chamo de obeso
a quem dança dando a mão.
diogenes@poemanet.com
21- FESTAS JUNINAS
Denise Severgnini
No meu Rio Grande querido
Os santos são tradicionais
Santo Antônio é o primeiro
No dia treze de julho
É o santo casamenteiro.
No dia vinte e quatro,
Festejamos sem bobeira
As quentinhas fogueiras
Em homenagem a São João.
No dia vinte e nove,
Mais um santo é lembrado
São Pedro do Rio Grande
É o homenageado!
As festas juninas
No sul do Brasil são fenomenais
Com seus folguedos divertidos
E alimentos sortidos...
É a pipoca quentinha...
O pinhão descascado...
O quentão fumegante...
E a batata assada...
Com ansiedade,
Esperamos
O mês de junho chegar
Para os queridos santos
Poder festejar.
22- MINHAS BUTINA
Maria Mercedes Paiva
Prá ganhá um cafuné
da Rita, minha muié,
sem butinas no meu pé
-é ansim que ela qué !
Quent'água no caldeirão
e antes de deitar na cama,
lava meus pé cum sabão.
-só ansim ela me ama!
A Rita é mesmo ansim!
Num gosta das minhas bota
Tira logo elas de mim
e as atira pela porta!
E, quando dá de chovê
e moiá toda a campina
pra fora ninguém me vê
passo os dia sem butina!
Ocês sabem como é?
Segundo minha muié
num dá pra rezá sem fé
e nem padre sem batina!
Num rima amar com chulé,
e nem amar de butina!
junho/05
23- OS MILAGRES DE SANTO ANTONIO
Margaret Pelicano
Com vestido xadrezinho,
nas maria-chiquinhas,
laços de fitas,
o rosto pintadinho
e sardas para disfarçar,
lá vai Rosinha velha, em busca de um par...
Todos se ajeitam
a quadrilha começa
e a jovem senhora a chorar...
Cadê meu Chico Bento,
meu corôa ciumento
que não vem me embalar?
E os jovens nem percebem
que ela também está a amar!
Que ela tem o mesmo direito,
de fazer simpatias,
tomar quentão,
comer canjica,
observar as chamas da fogueira,
que estão a crepitar...
Mas eis que chega um velho novo,
charmoso, gostoso,
olhar a disparar,
setas encantadas,
e o coração dela põe-se em fogueira a pular...
a mente pensa
em enfiar a faca na bananeira
para ver se com ele vai casar...
Com novo ânimo, meio sorriso no olhar,
esquece o Chico Bento,
sorri toda faceira,
se aproxima como quem não quer nada
e sussurra?
Tá na hora do 'olha a chuva'
quer vir aqui se abrigar?
Ele aceita,
bigodão marcado de carvão,
dá-lhe o braço, pula a cobra,
faz mesuras....
e nessa hora, chove alegria para todo lugar...
Rosinha encontrou novo amor
com a ajuda de Santo Antônio,
e sua promessa já pode pagar!
24- S. ANTONIO,S. JOÃO,S. PEDRO
Suzette Duarte
Nos três santos populares
Eu vou saltar a fogueira,
Despertos certos olhares,
Pra verem a minha braseira.
Diz-me pois ó meu santinho
Arranjas-me um namorado?
Vou dar-te um recadinho
Seja ele bem delicado...
S. Antonio de ti espero
Um marido prazenteiro,
Um moço novo eu quero,
Pra lhe tocar o pandeiro.
A S. João vou pedir
Um bonito cordeirinho,
Com ele eu possa seguir
Levando na mão o arquinho.
S.Pedro por ser o último
A sua chave lhe vou pedir:
Espero que não dificulto
Se eu pró céu poder ir.
Abençados santinhos
Nestas Festas Juninas,
Recebem os recadinhos
Destas ditosas meninas...
www.suzetteduarte.com
25- É FESTA CAIPIRA... VAI TÊ...
Lídia Valéria Peres
Meu ranchinho é bem piquititinho,
mas vai dá pra acunchegá.
Vai tê muita gente, cantoria, dança e viola,
tamém muito arrastapé...
Queru vê gente chegano, gente cantano,
pra todu mundu si oiá.
Meu ranchu num tem janela, cas paredi
tudo torta, ma num é isso qui vai trapaiá.
Tem um fugão na cuzinha, vamu fazê pipoca,
e sempri u quentaum isquentá.
Minha sogra vai sê uma tristura,
puis gosta di fuxicá.
Ela custuma rogá praga ni quem garra nu dançá.
A genti isqueci a véia e vai pru terrero si alegrá.
Vai tê paçoca da boa e minduim pra isquentá.
Na fuguera, vamu assá u mio qui é pro gais num cabá.
Dispois da cantoria, vamu dançá a quadria e vamo
namorá, bejá, cantá... i si a sogra véia num tivé pertu,
nóis podi até si abraçá.
Eu tô falano tudu issu, purque si propaganda num façu,
num vai tê arrastapé...
Vô ficá nu meu cantinho, co meu véio, tadinho...
tá bem acabadu, increncado...
Tem dor nu corpu, u coitado...
u pé tá sempri inchadu, purisso, só fica sentadu.
Eu só façu memu propaganda purque gosto di
festa di São Juão,
purque si mexu u méu pé,
u meu véio fica arrepiadu, cum ciúmi, coitado!
Si ficá nervosu, cumeça a xingá...
joga tudo pru chão.
Dispois ninguém sigura i o baile podi acabá.
Vai sê uma noiti linda, tudu mundo filiz
si deliciano co quentaum...
Vai sê taum baum!
Eu gostu di romaria, di festança, di fuguera
e até dispois, pá pagá us pecadu, fazê uma porcissão...
São Juão fica contenti, purque sabi qui a genti gosta
das noiti di São Juão. Taum baum!...
Dispois qui u baile acabá, nóis ajueia nu artá,
nóis fála cum sentimentu profundu:
Meu Deus,nóis tem muinta fé, mais
num dexa acabá essa aligria
qui faiz bem pra todu mundo.
Viva a noiti di São Juão, a fuguera,
o arrastapé, u quentaum...
i a nossa uniaum!
Taum baum!
lidia.valeria@uol.com.br
www.saladepoetas.eti.br
26- FESTA DE SANTO ANTONIO
Ilona Bastos
Santo António vou festejar,
Levo um arquinho e um balão,
Toda a noite vou bailar,
Ao meu amor dar a mão.
Vou comprar um manjerico
E ofertá-lo ao meu amor.
É viçoso, verde, rico,
Vermelho, o cravo, um esplendor.
Sua quadra popular
É de amor uma mensagem:
“Pelas ruas a dançar
Só verei a tua imagem.”
Aqui se salta a fogueira,
Ali se ri, a brincar,
Além se canta, altaneira,
Uma canção popular.
No arraial, enfeitado,
De luzes, grinaldas, balões,
Cintilantes, lado a lado,
Batem nossos corações.
Lisboa, 03/06/2005
27- ARRAIÁ ESQUISITO
Zena Maciel
Neste arraiá eu não vou ficar
Não encontrei nenhum par
Vim aqui para dançar
e não para espiar
Que coisa mais esquisita
Os homens fazendo fita
Ficam do lá de lá e
as muiés do lado de cá
Valei-me Nossa Senhora
que forró mais caipora
Eu vou é sartar fora
Dançar noutro lugar
Recife/04/06/2005
28- NOITE DE SANTO ANTONIO
Maria da Fonseca
Na noite de Santo António
'Stá a rua engalanada.
O caldo verde fumega,
Já cheira a sardinha assada!
Na nossa antiga Lisboa
Todos vão prò arraial.
Musica e muita alegria
Em roda tradicional.
Tudo a postos para a festa
E ninguém pode faltar,
Desde a jovem casadoira
Ao seu avô, pra bailar.
Têm cravos de papel,
Os manjericos cheirosos,
Que alinham nos tabuleiros,
Com versinhos amorosos.
Por todo o lado, o Santinho
Se mostra em barro ou cartão.
Tão saudado não há outro,
Só no Porto, o S. João.
O meu amor 'stá comigo
No Santo António a brincar.
Eu só pretendo, querido,
Que vás comigo ao altar.
Lisboa, 4.06.05
http://geocities.yahoo.com.br/mariadafonseca2004
29- SANTO ANTONIO
Celita (Celia Fernandes das Mercês)
Santo Antonio, eu sei que estás
com a paciência a se esgotar
mas me faças uma gentileza
ponha um "pão" na minha mesa.
Se calhar, de olhos verdes
perna grossa e olhar morteiro
se me fazes esse milagre
rezo o terço o ano inteiro.
Salvador-BA
30- A CAMINHO DA ROÇA
Schyrlei Pinheiro
Não faço troça, carrego a viola,
acompanho o sanfoneiro até o dia raiar.
Não pulo a fogueira antes de casar,
ponho fogo na emoção,
pedindo a São Pedro
a chave do teu coração.
São João esta dormindo,
Santo Antonio ainda não,
as brasas estão tinindo,
bebam do quentão,
cuidado com os fogos,
apaguem o balão.
No céu, as estrelas brilham,
iluminando o sertão
os pares estão dançando,
com grande empolgação,
animando a festa de ocasião
31- O DITO DA RITA X A RITA DO DITO
Na quermesse vô pescá
alguma linda prendinha,
para te presenteá,
minha Ritinha!
Inconto isso vou ficá
nu seu braço garrada!
É o ciúme mardito,
meu Dito!
Pra ocê, maçã do amor,
dessas que são bem docinha!
Cê gosta desse sabor,
Minha Ritinha?
Gostio da maçã, sim
mais tu sabi, né Dito?
Meus dentim tão quebradim,
perfiro mais pirulito.
Tomo uns gole de quentão.
Essa é pinga das fraquinha.
Fico todo animadão,
Minha Ritinha!
Quintão inté qui é bão
mais ocê animadão...
Se alembra lá na pracinha,
ocê mi dexô nuazinha!
Careço de te abraçá
pra dançá bem paradinho...
no teu rosto encostá,
Minha Ritinha !
Tumbeim quero abraçá.
Sem essa di incustadinho!
Eu sinto ocê crecê
i mi dá um nervosinho!
Ocê fica ansim vremêia...
Inté dá suspiradinha...
e nóis perto da fogueira,
minha Ritinha!
Eu i ocê perto da fogueira,
as perna dá tremedeira!
Isso mi dexa vremeia
já tô pensano besteira!
Vem pra fora do arraiá
pra perto dessa rocinha?
Num percisa preocupá,
Minha Ritinha!
Ocê tá doidio, homi?
Praquê i prus cantão,
si aqui tem di tudo,
forró, ranchera e baião?
Eu só quero te abraçá!
Que vontade danadinha!...
Dá tua boca preu beijá,
Minha Ritinha?
Num fala isso!
Mi faça o favô!
Foi cum essa vuntadi
qui Rosinha embuchô!
Ocê qué mi namorá?
minha flor da manhãzinha?
Com teu pai eu vô falá,
Minha Ritinha!
HARA! Pensei qui já fossi
tua namoradinha!
E já te taco essa bolsa!
Tu tá olhano a Chiquinha!
E, despois, pra nós casá,
vô fazê uma casinha
de sapê pra nóis morá,
Minha Ritinha!
Ah, Dito! Em nossa casinha
quero uma rede gostosa,
pra ficá a ti esperá
toda cherosa e fogosa!
Inté mudamo de cor:
nossas cara vremeínha!
Chamam isso de amor,
minha Ritinha!
Sniff! Tô vremeia
mais é di dô!
Ocê pisô cum butina
nu meu pezinho, amô!
Autoras:
O Dito- Eme Paiva
A Rita- Maria José Z. Tauil
Junho/2005
32- PEDIDO PRA SANTANTONHU
José de Avelar (Zeca)
Foi numa festa di São João
nessas di todos os meis de junho
qui eu cismei di arrumá
pra mim uma namorada
i comecei logo apelando
pru Santo-casamenteiro
i até fiz uma muziquinha
qui era assim pur mincantada:
Mi valha meu Santantonho
será qui eu sou feiu i medonho
pois muié num consigu nada
pra sê minha namorada !
Santantonho, Santantonho,
eu inté ti prometu mesmu
si miarrumá uma namorada
muita pipoca i torresmu!
I faço aqui uma promessa
si mi atendê bem dipressa
mi arcridite i ouça bem,
qui é u mió Santo qui tem!
Santantonho, Santantonho
U Sinhor sabi qui eu sou u Zé
mei arruma uma namorada,
mais... qui ela seji muié !
I tem mais inté prometu
da Sé inté na Barra Funda
di i pulando tudas fogueira
nem qui queimá us pêlu da perna!
Neim São Pedro neim São Juão,
atenderu essi pididu
Santantonho só u Sior memu
pódi mi fazê di maridu!
I até pódi falá pras muié
qui si fô pricizu eu apanhu
mais... mi arrumumanamorada,
Santantonhu, Santantonhu !!!
33- DIVIDAMENTE TORIZADA...
Mai si o moço num si importá
eu queria lhe propô
uma proposta porreta
que o santo hai de aprová.
Ele anda bem cansado
tudo mundo sabe disso
e num tem pruque procurá
puis tamém quero um marido.
Ele faiz a transação fajuta
inda leva a lovação e as reza
e hai de tê um terço de lambuja.
De tudo, só o que eu peço
é que o moço inda funcione
nem que seja na banguela
no tranco ô na ribancera
sinão vai dá choradera...
No mai, que tenha uma chopana
preu botá meus bibelô
água incanada e uma cama
tirá água de poço eu num vô.
E qui saiba contá história
que eu sô chegada im iscuitá
se subé tamém cantá
eu prometo pro moço dançá.
Mai tem que amarrá as coisa antis
módi no chão num ispaiá...
Muié eu sô, isso eu garanto
faço armoço e faço a janta
nem careci pulá a fuguera
que hai de lhe dá tremedera.
Intão fica ansim cumbinado
que si o santinho aprová
manhã memo tamu casado.
Mai o sior vai me prometê
dá fim naquela muierada
que te rodeia no okut
e tamém no tar gazzaga.
Que aquilo dá uma gastura
dá cocera e inté friera
e num tem uma madura
tudo minina foguetera.
Fiz um acordo co santo
dibaxo dos pano, no paralelo
que se o sior tivé mintino
vai tê é que pagá caro.
Ele vai lhe castigá,
e a partir dessi dia
tudo que anti subia
nunca mai vai levantá
nem poera...eita!!!
rssssssssssssssssssss
E tenho dito!
ops...tenho Santantonho!
Tererê das Bêra Mar...praguejenta.
34- FESTAS JUNINAS
Faffi (Silvia Giovatto)
Balão no céu, festa na terra,
está era a tradição do mês de junho...
Vestido de chita, chapéu de palha
fogueira, quentão, pipoca...
corações apaixonados e a tradicional quadrilha,
a cobra aparecia e mudava o rumo da dança
depois vinha a chuva...e
a gente entrava no túnel pra não se molhar.
Já não se faz mais festa como antigamente,
agora o balão cresceu e virou incendiário
as fogueiras chegam quase ao pico do céu,
e não dá mais pra pular...
Santo António não é mais casamenteiro
São João não quer mais acender a fogueira
São Pedro esconde a sete chaves o segredo do céu.
O tempo passa, e na ânsia de melhorar
o povo faz tudo errado...porquê será?
Quero pular a fogueira como laiá pulava
Quero dançar quadrilha de mãos dadas com o meu amor
Quero doce-de-batata-doce, pipoca, quentão e maçã do amor
Quero ver o arraial com bandeirinhas coloridas
Quero balãozinho de loja, nada de balãozão
Quero correio elegante e arrasta-pé
Quero que São João acenda a fogueira, no meu coração!
faffi/06/06/05
35- SÃO JOÃO NO SERTÃO
Socorrinha Castro / florzinh@
Menina de chita florada,
enfeitada de botão,
com seu chapéu de fita, menina,
estás linda nessa noite de são João.
No terreiro, o sanfoneiro,
com sua sanfona afinada,
puxa o fole a noite inteira,
prá alegrar a moçada.
Num arrasta pé no sertão,
em noites de São João,
todo mundo dança feliz,
quando o sanfoneiro arretado,
puxa o fole animado,
e, toca as músicas do Luís.
E, até mesmo o sanfoneiro,
toca e dança sem parar,
avisando prá moçada,
que não pode cochilar.
E, ao redor da fogueira,
as moças namoradeiras,
arriscam pedir prá São João,
que fale com Santo Antônio,
prá arrumar depressa um dono,
que encante seu coração.
E, o céu todo estrelado,
enfeitado de balão,
ao som da alegre sanfona,
alegra o coração.
Iluminando o terreiro,
dizendo pro mundo inteiro,
que não existe mais belo,
que um arrastar de chinelo,
no São João lá do sertão.
Salvador- BA 07/06/05 04:30am
www.socorrinhacastro.com.br
36- TEMPO DE SERESTA
Machado de Carlos
Mil estrelas bailam no espaço maior...
O Astro-Rei mostra um rosto esguio...
...E eu no infinito sonho pueril
Contemplo os pássaros ao redor:
O ano vai... O mês volta com toda cor;
Uma palpitação ultrapassa a mil...
No corpo da morena há um frio...
Embriago-me no hálito dessa flor!
Os pés queimam... Uma viagem em brasas...
Nalgum lugar um casal se arrasa;
O céu estremece!... Rara beleza!...
Há delírios num afago daquela mão
A vida passa!... É noite de São João!...
Há um vaivém disfarçando a tristeza!...
Carlos,
Ribeirão Preto, 07 de junho de 2005 * 19h12 min.
37- Ó NÓIS NAS FESTA!
Lêda Mello
Viva meu Sinhô São Juão!
Viva u seu carnêrim!
Sinhô São Pêdu, tão bão,
Viva, com muntu carim!
Santu Antoim, du coração,
Vivu quiridu santim.
Sinhô São Juão traz fartura,
Aligria pru sertão.
São Pêdo, porta sigura,
Ca chave du céu na mão
Dois santim qui as criatura
Guarda beim nu coração.
Mais meu Santu Antoim quirido
É santim ispiciá
Queim quizé ranjá marido
Basta pur eli chamá
Pódi num sê u iscuído
Máis vai dá pra tapiá.
Mêis di festa aqui na roça,
I na cidadi tomém.
Nu paláciu i na paióça,
Num fica quétu ninguéim.
Nóis, filiz, isqueçi a fossa.
Qui us anju diga améim!
Arapiraca (AL), 07/06/2005
38- FESTAS JUNINAS
_Acróstico_
Maria Regina Moura Ribeiro
F ogos de artifício, bombinhas, rojões, cerveja e quentão,
E m cada canto namorados, marido e mulher, e sei lá mais o que...
S onhar é preciso, mas também inovar, renovar, inventar...
T em mulher bonita como o que... e muito mais.
A presentar-se a caráter é necessário na festança de amanhã,
S anto Antonio, São João e São Pedro: me ajudem a achar o meu amor.
J uro que não vou falhar, se vocês meu pedido atenderem.....
U m céu muito estrelado e a lua a surgir,
N ós dois juntos dançando no arrastapé .
I maginem todos os convidados dançando...
N a festança ainda vai ter quadrilha, pinhão e amendoim...
A os queridos santinhos vou eternamente agradecer,
S e o meu amor verdadeiro encontrar...
**
Agora um pensamento para todos nós:
O tempo passa depressa mas, quem diz que eu envelheço?
Cada novo dia é uma promessa!
Cada sonho... um recomeço!
Abraços da amiga coruja
Maria Regina Moura Ribeiro,
corujando dia e noite no
www.corujando.com.br
39- PEDIDO EM ORAÇÃO
Diana Lima
Eu pedi numa oração
Ao querido São João
Prá ninguém soltar balão
São João me perguntou
Se aprendi no CORAÇÃO
Mais esta lição
Ele parabenizou e mandou
Com Santo Antonio reforçar
Santo Antonio me falou
Eu sou santo de fazer casar
Isto é com cada consciência
Todos sabem do perigo
Mas prometo ir falar
Com a Divina Providência
E aproveita pede já
Para o seu par encontrar
Que é tempo também de namorar
Posso te fazer casar
Para casar eu disse não
Eu só vim fazer o pedido
Prá ninguém soltar balão
Santo André/SP,10/06/2005
40- CANTIGA DE JOÃO
João Abreu Borges
Pra variar, minha grande amiga,
estou chegando um pouco atrasado,
assim como os climas estão mudados
e a previsão do tempo uma intriga.
Embora este atraso me contradiga,
devo lhe dizer estou mui entusiasmado,
me chamo João, de festa e santo amado,
e autor dessa ciranda... talvez cantiga.
http://paginas.terra.com.br/arte/cancaodoser
liter@terra.com.br
41- LINDA JUNINA
Camila da Silva César
Que linda Junina,
Festiva como sempre,
Em seus olhos contentes
O desejo de se divertir,
Ah linda Junina,
Enche os corações de alegria,
Com essa magia folclórica,
Que retrata um pouco a nossa história.
Linda Junina
É diversão, confusão.
Tudo se encaixa na matéria
Da felicidade,
O importante mesmo é curtir.
Linda Junina
Some entre os fogos,
Brilha entre as quadrilhas,
Quente entre as fogueiras,
Culta entre as culturas,
Divertida entre as brincadeiras.
Linda Junina
Vem e deixa saudades,
Suas músicas, danças, comida,
Bebidas, brincadeiras e vontades.
Mas deixa a alegria de ter vivido
Mais uma linda Junina
10/06/2005
42- MÊS DE JUNHO
Renate Emanuele
As festas começam com Santo António
Dia doze é o dia do santo casamenteiro
É para ele que fico rezando o dia inteiro
Na esperança de arrumar o meu casório
Todo o arraial fica enfeitado, sanfoneiro
Foguetes, balões, bandeirolas coloridas
Vestidos de chita, chapéu de palha, fitas
A camisa xadrez e remendo costumeiro
Logo dia vinte e quatro dia de São João
Mais um dia de festa, é cerimônia na roça
Namoro que vai longe entre rapaz e moça
Gostoso pular fogueira, iguarias e quentão
Para terminar vinte e nove, mês de junho
O dia de São Pedro, um santo de respeito
Tem a chave do céu, como porteiro eleito
Dia de muito frio, então esquenta o vinho
Para animar esta festa tem o pau de sebo
E quem subir enche o bolso de trocado
O casamento para este ano já marcado
O padre, padrinhos a noiva e o mancebo
Tem muito churrasco, pipoca e pinhão
Com quadrilha para animar a festança
Até o padre sisudo entrou nesta dança
mês de alegria de felicidade e emoção
43- ORAÇÃO PRA SÃO JOÃO
Jade Tufic
Meu padinho São Joãozinho
Di jueio no chão
Lhe faço essa oração
Cum reverência e dimiração
Proteje nóis tudo dessa ciranda
Cuida bem da dona dela
Arranja marido prela
E pás muié sortera tomem.
Dá harmonia pus amigo
Proteje di tudo qui é pirigo
Inspira novos poema
I caba com tudos probrema
Meu padinho São Joãozinho
Tomem quero lhe pidi
Um marido com quem possa dividi
O resto da minha vida
Sei qui essa minha oração
Vai toca vosso coração
I us pidido vai atende.
Sei qui num vai nunca isquece
Dessa sua fiada aqui
Pur isso meu padinho São Joãozinho
Eu quero agora lhi agradece
Di todo meu coração
Amém
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